terça-feira, 10 de março de 2009

Noites de poesia

Cá estou eu!

Que ninguém pense que me esqueci de vir à minha escrita. Não, não é o caso até porque a minha história há muito que está feita.

Acontece que nestes dias de ausência me andei a divertir com a poesia que fui escondendo na gaveta durante algumas décadas.

Pela primeira vez li em público, no salão nobre da Junta de Freguesia de Vermoim, Maia, poemas da minha autoria e já repeti o feito voltando ali e quero mais...

Comecei por ler o último que tinha feito. O que possivelmente será mais lido. Quem sabe! Talvez venha um dia a ficar mais exposto.

Ei-lo:

 

Para a minha lápide:

 

Aqui jaz Leonel, homem excelente,

aquele que nesta vida bem gozou.

Comeu, bebeu... brincou... não foi diferente;

comprou casas, carros; tudo pagou.

 

Abalou deste mundo satisfeito,

levou cigarros e vinho à mistura.

Deixa neste mundo amigos, do peito.

Agora está no Céu... mas que ternura!

 

Descansa-lhe o corpo frio neste Chão.

Do Alto ele olha para aqui, sorrindo

e deixa-te um recado, ó meu irmão:

“também tu serás um dia bem-vindo”.

 

Ermesinde, 4 de Fevereiro 2009

Leonel Olhero

 

Na segunda vez li, já no novo e bonito edifício daquela autarquia os que vos deixo.

 

Tema obrigatório:

 

Chuva

 

São deleitosas lágrimas de um deus

banhando pátrias, almas e jardins;

Pérolas lindas tombando dos céus

varridas por Anjos e Querubins.

 

Deus distraído chorando um amor

que por acaso não teve... ou não quis.

Orvalho aprazível beijando flor...

mas, aquele bom deus porfia feliz.

 

É doce pranto divino caindo...

O mundo molhado fica tão lindo

em contínuos poemas de alegria!

 

Enquanto deus chora o amor errante

tudo no mundo se torna diferente...

tudo é fascínio! tudo é magia!

 

Ermesinde, 18 de Fevereiro 2009

Leonel Olhero

 

“Lido na noite de poesia de Vermoim, 7 de Março 2009”

 

Li ainda:

 

 

Chorando

 

Eu choro e tenho razão,

ficam-me as faces molhadas,

crianças morrem sem pão...

os ricos em jantaradas.

 

Este mundo desigual

para tantos mundo cão,

a muitos trata-os os mal

recusando o simples pão.

 

Ó mundo tão corriqueiro

proteges quem tem dinheiro,

és só terra, lixo, pó.

 

És mundo no fim do mundo,

és tão porco, sujo, imundo...

és mundo que metes dó.

 

Ermesinde, 10 de Novembro 1987

Leonel Olhero

 

(21 anos depois de ter nascido viu a luz do dia)

 

 

Amigo, volte aqui.

Eu também prometo tornar à história da Guiné.

Um abraço, e já agora, por que não seguir o meu blog?!

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